O piloto acendeu a luz verde, estamos a treze mil pés de altitude, quase quatro mil metros de altura. Então, o cameraman abriu a porta do avião, saiu e se pendurou do lado de fora na parte de trás do avião.
O Edson saiu e ficou de pé na parte da frente da porta deixando espaço suficiente para eu sair e ocupar o que sobrou da porta do avião.
As meninas se posicionaram e todos nós, os quatro, segurando firme uns nos outros, contamos, “ready, set, go!”.
No próximo segundo estamos voando em formação, 4Way, é como é chamado no paraquedismo essa categoria de salto.
Nessa hora a nossa cabeça só pensa no salto, no exercício específico que o nosso treinador orientou e nós treinamos exaustivamente no solo, antes de subir para saltar.
Sessenta segundos depois os paraquedas estão abertos. A sensação de liberdade é total. O silencio só é quebrado pelo assovio do vento passando pelo tecido do paraquedas.
Logo estamos de volta no chão.
Somos recebidos pelo treinador, o Ricardo. E vamos indo para o hangar onde tínhamos a nossa concentração. Um hangar pequeno transformado em sala de treinamento, com TVs, videocassetes, mesas, sofás e até uma pequena copa, com geladeira e micro-ondas.
Passamos mais de vinte dias treinando em DeLand, uma cidadezinha perto de Orlando na Flórida. Treinávamos seis dias por semana saltando seis vezes por dia e descansávamos um dia.
Mas, o que mais me chamou a atenção nesse treinamento foi o técnico. O Ricardo era extremamente organizado. Tinha tudo anotado. Controlava cada detalhe dos saltos. Anotava tudo. E não pude deixar de notar que ele andava pela área de saltos com um livro nas mãos.
Curioso que sou fui perguntar sobre o que era aquele livro que ele parecia tão interessado em ler nos intervalos dos saltos, quando parávamos para relaxar.
Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, ele disse. Eu perguntei o que ele tinha aprendido com o livro, o que esse livro tinha de tão especial que ele o carregava pela área e a resposta dele me deixou sem palavras: ele estava relendo o livro. Pela quinta vez.
Naquele dia à noite, quando fomos jantar, eu passei na livraria Barnes & Noble e comprei o livro.
De lá para cá, se passaram trinta anos. E eu já reli o livro quatorze vezes. Hoje, acordei pensando em reler pela décima quinta. A cada releitura parece que algo novo desperta dentro de mim.
Não é que eu não tivesse lido aquilo antes ou que fosse algo que eu não tivesse notado, não! É simplesmente que algo que já li quatorze vezes, na décima quinta leitura parece que salta do livro e imprime na mente da gente. Você simplesmente se toca e solta aquele: ahhhhh… então, era isso que esse texto queria dizer.
É que simplesmente eu não estava pronto para aquele momento ahá! Até que a minha vida tenha chegado naquele ponto. E quando chega parece que dá uma pedrada na gente, sabe? Aquele: como eu não vi isso antes. É tão obvio. Coisas assim.
O livro tem muitas passagens que são trechos contador pelo autor, o Stephen Covey, sobre a vida dele e da família dele. E a gente entende, aprende, mas há momentos em que a ficha cai e eu me coloco no lugar das personagens da história e, finalmente, aprendo com aquele texto.
E por que esse livro mudou o meu destino?
Porque até aquele dia eu lia muito pouco. Quase nada. Meu irmão até hoje ri de mim quando lembramos de um dia que eu estava em casa preenchendo o formulário o Cesgranrio (que era uma fundação que fazia os vestibulares no Rio de Janeiro em 1984, quando eu prestei o vestibular) e no final havia uma pesquisa. Uma das perguntas era: quantos livros você lê por ano. E eu marquei zero. Isso mesmo, zero.
Mas daquele dia em diante, na verdade após ler o livro pela primeira vez, eu passei a ser um havido leitor. Sim, de livros de autoajuda eu li muitos. Mas também li diversos livros técnicos e biografias. Romances e ficção definitivamente não são minha leitura preferida, mas hoje leio em média dois livros por mês, normalmente biografias e livros sobre marketing, vendas, serviços, proatividade, dentre outros do gênero.
O aprendizado que veio do primeiro livro, Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, talvez tenha sido o maior contribuidor para tudo isso. Já que o livro nos dá nos três primeiros hábitos as fundações para que uma pessoa tenha sucesso em qualquer coisa que queira fazer: ser proativo, começar com o objetivo na mente e fazer primeiro as coisas mais importantes.
Qualquer pessoa que adquira esses três primeiros hábitos terá razoável sucesso em qualquer coisa que fizer na vida. Basta isso. E eu aconselho esse livro para qualquer um que esteja empacado na vida, que não entende por que nada do que faz resolve os problemas que tem.
Eu tenho certeza de que o problema está em um dos três primeiros hábitos.
Depois de trinta anos e quatorze leituras do livro eu posso dizer que tenho tudo de cabeça e que vejo perfeitamente quando estou fazendo algo de errado.
É claro para mim quando me encontro em uma situação qualquer e paro para pensar: o que está errado? Via de regra eu não estou cumprindo corretamente um dos sete hábitos.
Então, se você quer mudar de vida, se você realmente está disposto ou disposta a mudar, leia Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, faça os exercícios, pratique o que o livro propõe durante 6 meses. Eu garanto que você irá sentir a diferença. É simples. Mas não é fácil.
Mudar de hábitos, criar hábitos que te levem ao sucesso, não é nada fácil. Exige disciplina, força de vontade, equilíbrio e uma boa dose de paciência. Porque também não é rápido.
Mudar hábitos exige no mínimo sessenta a noventa dias de treino e disciplina.
Então, comece logo. Vá até a livraria mais próxima ou compre online mesmo, mas compre o livro e comece a ler e praticar. E depois, me conte: como está sendo a sua experiência?
Tem dúvidas? Precisa de ajuda? Quer compartilhar sucessos e fracassos com o livro? Comente aqui. Você que já leu também, comente, compartilhe, me conte a sua experiência.
Juntos podemos ajudar uns aos outros e cresceremos todos juntos.
E acima de tudo, divirta-se. Senão a vida não vale a pena ser vivida.
Seu eu do futuro agradecerá.
Roberto Campos
Contador