Para cada possibilidade a holding deverá prever o que será feito. Para cada momento em que isso irá acontecer devemos ter um plano bem montado, de modo que todos estejam atendidos. Caso contrário teremos disputas de poder e possíveis processos dentro da própria família. Fato que a montagem da holding deveria proteger.

E um problema muito comum é achar que montar uma holding é montar uma empresa, uma pessoa jurídica, com o objetivo de administrar o patrimônio da família. A holding patrimonial é muito diferente disso. A holding patrimonial é um sistema, uma forma de se estruturar o patrimônio, que pode e costuma sim incluir a montagem de uma empresa, mas frequentemente inclui diversas empresas, possivelmente uma offshore, um fundo privado ou até mesmo um trust.

Se você não sabe o que significam essas estruturas (trust, por exemplo não é de conhecimento do público no Brasil) ou tem medo de offshore (porque dizem que só sonegadores ou bandidos tem offshore) saiba que tudo isso é super normal, usado por milhares de pessoas no Brasil, desde empresários a funcionários públicos, pois não há nada de ilegal nem de errado em se montar essas estruturas, desde que o que seja colocado dentro delas seja totalmente declarado no seu imposto de renda e esteja tudo sendo feito dentro da lei.

Há estruturas mais simples, outras mais complexas. Há algumas formas mais baratas, outras mais caras. O importante é os objetivos como eu disse acima serem atendidos. Nem sempre o custo de montagem ou de manutenção será o principal objetivo, mas sempre será parte da equação.

As holding trazem consigo diversas vantagens sobre o inventário e sobre o testamento.

Em um inventário os custos são altos, normalmente giram na faixa de 15 a 20% do patrimônio da família, mas não é incomum chegarem a 30% caso haja brigas e disputas de poder dentro do inventário. Pior ainda quando a família não tem caixa disponível para pagar os custos e tem que vender os bens que estão no inventário para pagar as custas. Vender um bem no processo de inventário costuma trazer um deságio, uma queda no valor do imóvel, que pode aumentar as perdas ainda mais.

E o testamento, que é um instrumento de planejamento sucessório, não resolve o inventário, é só ver o caso do Gugu Liberato, que também tem um vídeo no meu canal sobre isso. Os herdeiros estão brigando anos a fio pelo patrimônio e nesse processo os bens se deterioram, perdem valor, são vendidos para pagar as custas, os investimentos se perdem pagando as contas do dia-a-dia, todo o trabalho de uma vida vai ruindo, sendo comido pelo próprio sistema. Triste.

A holding ajuda a proteger o patrimônio, dá agilidade ao processo sucessório e resolve o problema da administração do patrimônio na falta dos patriarcas. Tudo isso é estruturado na criação da holding.

Como eu disse, a holding pode incluir diversos sistema, inclusive prever seguros de vida, de bens e de saúde de todos os envolvidos, no curto e no longo prazo. Pode incluir planos de previdência privada, pode entregar os bens a quem os instituidores da holding desejarem, desde que respeitem a lei.

Se bem planejada a holding dará a segurança que a família deseja para que todos os envolvidos estejam protegidos, não tenham problemas no processo sucessório e, ao mesmo tempo, garanta que todos terão seus objetivos, desenhados no momento da criação do sistema, sejam atendidos.

É por isso que a holding patrimonial é melhor do que o inventário, que saqueia o patrimônio e não evita os problemas entre os familiares. Também o testamento traz os mesmos problemas, já que obriga ao inventário judicial, com maiores custos e morosidade.

Basta reler com calma o que eu escrevi neste documento e você verá que não faz sentido uma família não montar a sua própria holding.